O Panorama das publicações sobre musicoterapia na Revista da Associação Portuguesa de Educação Musical no período de 1972 a 2022
DOI:
https://doi.org/10.25659/rpem.v1i149.17Palavras-chave:
Musicoterapia, Educação Musical, Inclusão, Necessidades Educativas EspeciaisResumo
O percurso da Musicoterapia portuguesa foi sendo registado nos Boletins e Revistas da APEM entre 1972 e 2022. Desde a sua génese nos anos 50 até hoje esse percurso não está ainda suficientemente estudado. Quais as suas metas e terrenos de ação? Quem pode ser musicoterapeuta certificado? Qual o futuro desta disciplina? O que separa a musicoterapia escolar de uma educação musical inclusiva? Estas perguntas presidiram à pesquisa, que se iniciou pela localização e análise, nos referidos Boletins e Revistas, dos artigos que abordam o tema da musicoterapia ou temas afins. Identificaram-se em 45 textos as categorias “musicoterapia”, “terminologia” e “contextos/ambientes”. Os resultados mostram uma publicação regular sobre o tema, com maior prevalência nos anos 80. Verifica-se que a disciplina foi seguindo as orientações internacionais e que os leitores foram sendo atualizados sobre conceitos, métodos, experiências, e ainda designações da população alvo e locais de atuação da musicoterapia. O futuro da Musicoterapia portuguesa emerge de uma evolução terminológica e de tendências simultâneas de focalização e fragmentação epistemológica projetadas laboralmente, ora na busca de especialização, ora na possibilidade de sub-especializações. Finalmente, identificou-se uma ambiguidade entre “musicoterapia” e “educação musical inclusiva”, e também a necessidade de mais investigação nesta área.
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